Construindo Legados: A História Profissional de Aldo Botelho na Indústria do Petróleo

1 de março de 2024 - 12:44

Aldo Botelho foi nosso convidado para mais uma entrevista do projeto “Mauá: Eu faço parte”, campanha desenvolvida para apresentar os talentos que integram o time do
Estaleiro.

Aldo é um profissional com uma vasta trajetória na indústria do petróleo. Ele compartilhou seus mais de 40 anos de experiência, desde os primórdios da indústria offshore no Brasil e destacou projetos emblemáticos, como a construção das maiores plataformas já feitas, além de sua expertise internacional.

Confira os detalhes do bate-papo!

Conte um pouco da sua trajetória profissional?

Minha trajetória profissional na indústria do petróleo é uma jornada marcada por desafios e conquistas significativas pessoais e para as empresas onde trabalhei. Após me formar em Engenharia Mecânica em 1968, direcionei minha carreira para a área do petróleo, atuando em diversas frentes ao longo dos anos.

No início, trabalhei em projetos de refinaria, oleodutos e terminais/bases de armazenamento, em uma época em que a indústria offshore ainda não havia se estabelecido no Brasil. Fui testemunha das primeiras iniciativas na exploração de petróleo em águas rasas, especialmente na costa nordeste, onde participei no desenvolvimento de algumas das primeiras plataformas de águas rasas.

Na década de 1980, com o surgimento das grandes plataformas fixas na Bacia de Campos, estive envolvido em alguns desses projetos, quando houve o avanço da tecnologia e da expertise nacional nesse setor crucial da indústria petrolífera.

Posteriormente, em 1998, fui chamado para fazer parte de uma consultoria no Estaleiro Mauá, então conhecido como Marítima Petróleo e Engenharia. Nesse período, a empresa desenvolvia projetos emblemáticos, como a P37, P38 e P40, plataformas de grande porte e construídas em Singapura.

Com a reabertura do Estaleiro Mauá em 2000, os projetos que estavam sendo executados no exterior foram trazidos de volta para o Brasil, oferecendo novos desafios e oportunidades para a indústria naval nacional, especialmente quando as buscas por reservas petrolíferas se expandiram para águas mais profundas.

Ao longo dessa jornada, também acumulei experiência internacional, atuando em projetos pontuais em países como USA, Noruega, Holanda e Inglaterra.

Atualmente, aposentado, atuo como consultor no Estaleiro Mauá, compartilhando minha expertise e conhecimento adquiridos ao longo de décadas de dedicação à indústria do petróleo.

Teve algum trabalho mais difícil ou desafiador que tenha marcado sua carreira aqui no Estaleiro Mauá?

Um dos trabalhos mais desafiadores que marcou minha carreira no Estaleiro Mauá foi o projeto da Plataforma de Mexilhão, uma estrutura colossal com aproximadamente 20 mil toneladas. O grande desafio foi movimentar essa plataforma para as balsas de transporte, considerando suas dimensões e peso, "um móvel" desse tamanho, que estava em terra, para sua instalação no mar. Evidentemente a plataforma não foi movimentada integrada, mas tivemos módulos de 5 mil toneladas e jaqueta de 10 mil toneladas.

Esse projeto demandou um planejamento extremamente detalhado e preciso, envolvendo uma série de desafios logísticos, técnicos e operacionais. Desde a coordenação das equipes até a utilização de tecnologias avançadas de construção e movimentação, cada etapa foi meticulosamente planejada para garantir o sucesso da operação e a segurança de todos os envolvidos.

Conta um pouco para a gente sobre sua vida pessoal?

Minha vida pessoal é uma fonte de grande satisfação e orgulho para mim. Estou casado há 47 anos, e minha esposa tem sido uma parte essencial dessa jornada. Curiosamente, nossa história começou no ambiente profissional, pois ela foi estagiária na primeira firma onde trabalhei como engenheiro.

Além disso, tenho dois filhos. Minha filha, com 41 anos, e meu filho, com 44 anos, ambos são uma fonte constante de alegria e inspiração em minha vida, os dois atuando em área técnica /cientifica. Minha filha com doutorado em biomedicina. Meu filho na profissão de engenharia e, para minha surpresa e felicidade, ele está também na área de petróleo e projetos offshore, seguindo passos similares aos que eu trilhei.

Quais são suas expectativas para o futuro do Mauá?

Minhas expectativas para o futuro do Estaleiro Mauá são guiadas por um olhar realista, mas também repleto de oportunidades. Embora enfrentemos desafios, há um potencial considerável para o crescimento e o fortalecimento dessa importante empresa.

É importante destacar que o sucesso do Estaleiro Mauá não depende apenas de suas próprias ações, mas também das políticas governamentais, que podem impulsionar o setor naval como um todo. Portanto, é fundamental que o governo se comprometa com o desenvolvimento de projetos e políticas que incentivem o crescimento do setor.

Além disso, a revisão da política tributária se mostra imprescindível para proporcionar um ambiente mais favorável aos negócios, permitindo que o estaleiro seja mais competitivo e sustentável a longo prazo.

O Estaleiro Mauá já possui um valioso know-how e experiência acumulada ao longo dos anos, o que pode ser capitalizado para aumentar a demanda por seus serviços, tanto a nível nacional quanto internacional. É essencial investir em inovação, tecnologia e gestão para manter e expandir essa vantagem competitiva.

Estaleiro Mauá